Na última terça-feira, 17 de junho, a equipe de bibliotecárias da Memória da Eletricidade realizou uma visita técnica à Biblioteca e à Reserva Técnica do Museu de Arte do Rio (MAR). O encontro promoveu um rico intercâmbio cultural entre as instituições, com foco em práticas de preservação, catalogação e gestão de acervos raros.
Durante a visita, as profissionais compartilharam experiências sobre métodos de conservação preventiva, formulação de fichas técnicas, tombamentos e a catalogação de obras. O diálogo permitiu um aprofundamento nas práticas adotadas pelo MAR e despertou reflexões sobre como potencializar a valorização e a salvaguarda do patrimônio documental no setor elétrico.
Um dos pontos altos do encontro foi a apresentação de novos conceitos que integram o acervo do MAR, como o “livro de artista” e o “antilivro” — expressões contemporâneas que ampliam o entendimento sobre o papel do objeto-livro como suporte de memória e arte.
A iniciativa teve como principal objetivo fomentar um espaço de troca entre profissionais que compartilham o compromisso com a preservação da memória e a difusão do conhecimento. Para a equipe da Memória da Eletricidade, a visita representa um passo importante na construção de pontes entre o campo da arte e o universo da documentação técnica, reafirmando o valor da transversalidade no cuidado com os acervos.
Para conceituar:
Livro de artista
Um livro de artista é uma obra de arte concebida como um livro, onde o artista controla tanto o conteúdo quanto a forma, muitas vezes explorando a materialidade do livro e suas possibilidades expressivas. Pode ser uma experiência híbrida, combinando palavra, imagem e objeto, e até mesmo se confundindo com escultura ou instalação. Exemplos incluem livros com páginas de carne, como em “Livro Carne” de Artur Barrio, ou livros que exploram a relação entre texto e imagem de forma não convencional.
Antilivro
Um antilivro, embora possa se assemelhar a um livro, não é necessariamente um livro no sentido tradicional, e pode desafiar a noção convencional de leitura, apresentando-se como uma obra de arte que explora o conceito de livro de forma não convencional ou mesmo anti-literária. Não é considerado um livro de artista no sentido tradicional, mas sim uma obra de arte que utiliza o livro como ponto de partida ou inspiração para uma exploração mais ampla da linguagem artística
Fontes:
PANEK, Bernadette Maria. Livro de artista: o desalojar da reprodução. 2003. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. . Acesso em: 17 jun. 2025.
SILVEIRA, P. Definições e indefinições do livro de artista. In: A página violada: da ternura à injúria na construção do livro de artista [online]. 2nd ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.